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Em casa: Delivery impulsionou negócio de tábuas de frios e firma-se como tendência

Antes de inaugurar o Empório Celeste, previsto para receber clientes ainda este ano, a bacharel em direito, Anielle Ferreira deu muito “murro em ponta de faca”. Mãe de três filhos, trabalhou muito tempo no serviço público. Há cinco anos, decidiu que empreenderia. Começou vendendo cosméticos, depois viu um nicho de mercado interessante nas marmitas fit, como gostava de cozinhar, acho que ali seria um bom ramo a se investir. “Mas dava muito trabalho, com o tempo as coisas foram ficando cansativas, ainda mais sem estrutura. Eu trabalhava em casa.”, comentou a empresária em entrevista ao Diário de Goiás.

Antes de encontrar os caminhos que levaram a criar o Empório Celeste em junho de 2019, se viu presa em gabinetes do serviço público. “Eu quero empreender, eu sempre fui comunicativa. Eu não queria ficar presa. Quando eu casei, eu vi essa oportunidade de empreender”, afirmou. Mãe de três filhos, precisava ter o controle do seu tempo e não ficar condicionada à horários estabelecidos a registro de pontos de empresas e repartições. 

No Empório Celeste, tocado pela empreendedora Aniella Ferreira, há ‘tábuas’ de frios, com queijos artesanais, que podem combinar com, vinhos, cervejas especiais. Chocolates importados que harmonizam com sua bebida favorita. Tudo muito bem escolhido, montado e desenhado. “As tábuas são excelentes opções de presentes”, garante Ferreira. 

Pandemia no empreendimento

Com a pandemia e as mudanças drásticas que o coronavírus trouxe ao mundo, diversos comércios tiveram de se reinventar. Aniella aproveitou o período para buscar conhecimento. Conseguiu fazer um curso e aprendeu a cortar e montar a tábua com toda a combinação de cores. “É algo bem difícil de encontrar um material desses que ensine isso. É todo um trabalho que se tem e eu encontrei um curso que me ensinou. São combinação de cores e cortes.” 

A partir daí, deu outra cara à suas cestas. Com cortes dos queijos e frios bem delimitadas e as combinações de cores, as fotos vendiam por si só. No sabor também. “Eu só trabalho com queijos especiais e diferenciados. Em minhas cestas que tem chocolate, trabalho apenas com importados”, pontua. 

Com a pandemia, o susto veio, mas as pessoas passaram a comprar mais no delivery para usufruir em casa, já que com os decretos de distanciamento social, não podiam fazer grandes deslocamentos. “A pandemia de certa forma, foi ótima para meu negócio. Se antes, eu vendia 10 cestas por semana, hoje eu vendo 10 cestas por dia”.

A partir de 80 reais, a pessoa pode presentear a si ou um amigo com excelentes opções de queijos artesanais, salaminhos nobres e chocolates importados. A geleia de pimenta é um detalhe à parte no arsenal de delícias que Aniella promove.

Curso online: reproduzindo o empreendedorismo

Aniella não quis exclusividade no conhecimento. Feito o curso e colocado em prática no que se pode ver por meio do instagram do Empório Celeste, decidiu montar o seu próprio módulo de conhecimento. “Preparei um outro curso, bem produzido, em estúdio, bem feitinho e tudo mais, para ensinar outras pessoas, principalmente neste momento de pandemia que muita gente perdeu emprego e com preços acessíveis. Eu estou com três alunas: uma de Anápolis, outra de Firminópolis e Pirenópolis”.

Os resultados já são vistos. “A aluna de Anápolis já vai abrir um Empório também. Tem hora que nem acredito. Todo mundo fala muito bem. Lógico que eu quero ganhar, mas é muito bonito ver a reciprocidade desse carinho.

A origem: Celestina

Aniella cresceu em Vicentinópolis, há 178km de Goiânia e viveu em uma casa sempre cheia de gente com grandes almoços de domingo. “Minha mãe adorava cozinhar. Minha casa sempre era cheia de gente. Leitoa assada aos domingos… E eu acho que isso teve influência para eu fazer algo ligado a gastronomia”, relembra.

Dona Celestina serviu de inspiração para que Aniella seguisse o caminho gastronômico com toda a sua articulação na cozinha, mas, não viu Aniella trilhar esse negócio. Teve a vida abreviada por conta de um ataque fulminante aos 70 anos. “Então eu decidi homenageá-la dando esse nome: Empório Celeste”.

A inspiração rendeu mais vendas e o encontro de Aniella consigo mesma por meio de um negócio que lhe dá alegrias. “Eu faço com muito carinho. Como se fosse para um amigo”, pondera. O Empório que hoje só é possível consumir os produtos pelo delivery em breve irá receber pessoas presencialmente.

Nas proximidades do antigo Bola 7, no Setor Sudoeste, o Empório Celeste irá poder receber amigos e familiares para happy hours e jantares com o melhor dos queijos artesanais, vinhos e cervejas especiais. O investimento já gira em torno dos 70 mil mas deve chegar aos 100 mil para que o cliente tenha o total conforto de um lugar à altura da qualidade das cestas. “O pessoal vai poder comer um queijo quente na hora, derretidinho. O lugar será bem rústico, um mini-pubzinho.”

Com todas as adversidades, Aniella sempre quis empreender. “Muita gente me disse que não daria certo. É difícil, não é fácil, mas depois a gente colhe os frutos”. A filha de dona Celestina pede para que futuras empreendedoras não desanimem. “Para eu chegar até aqui, foram cinco anos, mas no fim, estou conseguindo e tá dando tudo certo. Estou colhendo os frutos”, conclui. 

Por DOMINGOS KETELBEY03/10/2020

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Casal cria delivery de tábuas vegetarianas, tradicionais e doces

Foi de um sonho, literalmente, que Gabriela e Diego Rezes tiveram a ideia de seu negócio. O Na Tábua, delivery de tábua de frios prontas para consumo, surgiu em meio à pandemia, quando Gabriela tentou e não conseguiu encontrar um local que oferecesse o serviço para a comemoração do aniversário de seu pai. Na mesma noite, sonhou com a ideia do negócio e colocou o projeto em prática no fim de 2020. Uma versão vegetariana é composta por queijos, conservas, pão e petiscos.

Formada em marketing digital, ela recrutou o marido publicitário para a empreitada. “Veio a partir de uma necessidade minha, por ser apaixonada por queijos de todos os tipos. Acordei de madrugada, e anotei as ideias”, lembra Gabriela. Hoje, o casal prepara tábuas de frios que são entregues prontas para consumo na casa do cliente. Gabriela acredita que o diferencial do serviço é entregar já na tábua de madeira, com a montagem feita por ela.

“Queria vender algo na tábua mesmo, não em uma caixa”, explica. Os pedidos são feitos com 24 horas de antecedência para que Gabriela consiga preparar a tábua utilizando somente ingredientes frescos. “É completamente artesanal, sou eu que faço tudo. Não tenho estoque, então compro conforme a demanda do cliente, tudo fresco e de qualidade”, destaca.Com tamanhos que vão do individual até 10 pessoas, o cliente escolhe todos os detalhes do produto, desde o sabor do pão que acompanha os frios até o modelo de tábua. 

Os valores partem de R$ 80,00, para uma tábua individual, e ficam em torno de R$ 500,00, para 10 pessoas. “São 10 passos que o cliente pode optar para seguir a confecção da tábua. O primeiro é escolher o tamanho e o segundo, o sabor do pão. A partir do terceiro, os queijos e os embutidos. É bem personalizável”, detalha Gabriela. O casal oferece, ainda, o serviço de preparo na casa do cliente, para eventos que reúnam mais pessoas. Essa modalidade está temporariamente pausada em razão da situação da pandemia.

Com poucos meses de operação, a empreendedora se diz surpreendida positivamente pela receptividade da clientela. Segundo ela, há clientes que enviam como um presente e outros que compram para consumirem sozinhos, criando um momento especial no período de distanciamento social. “O Na Tábua nasceu para confraternizarmos e comemorarmos pequenos momentos, principalmente nesse momento que estamos”, acredita Gabriela, que atribui os resultados positivos à carência desse tipo de oferta no mercado de Porto Alegre e região metropolitana. “Não imaginei que nós nos profissionalizaríamos tão cedo, que teríamos procura tão rápido. A nossa maior alegria é ter pessoas que a gente não sabe de onde surgiram nos procurando e querendo saber mais informações. Acho que o mercado estava necessitado dessa atenção especial, desse nicho de mercado que é ter um delivery mais pessoalizado”, pontua. Para a Páscoa, a dupla criou uma tábua para as crianças, que custa R$ 120,00. No lugar dos queijos, estão guloseimas, como chocolate, balas de goma e ovos de chocolate recheados. “Nós queremos crescer ainda mais, cada data comemorativa ter um tema especial, sair um pouco do obvio”, conta Gabriela. Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram (@natabua.rs) ou pelo WhatsApp (51- 993039235).

Isadora Jacoby – repórter do GeraçãoE

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Conheça negócios de gastronomia que chegaram durante a pandemia com novidades

Já que não tem como prever o fim do isolamento, esperar pode não ser a melhor estratégia. Empresas que se preparavam para chegar ao mercado este ano driblam a pandemia com otimismo e confiança e fazem ajustes – incluindo estruturar a operação de delivery – para seguir com os planos. Por outro lado, negócios surgem em Belo Horizonte justamente pelas necessidades impostas pelo coronavírus. Em todos os casos, a lição é de que não dá para ficar parado.

Resultado de cinco anos de pesquisa, a Yör Chocolates se preparava para lançar a marca e abrir a loja-conceito no Bairro Belvedere em março. Com a pandemia, os planos foram adiados e alterados. A nova marca chegou esta semana ao mercado e vai atender por delivery. “Quando março chegou, demos uma congelada nos planos, mas até hoje estamos sem horizonte, caminhando para meses de isolamento. Decidimos ir em frente e iniciar a operação com a paciência de um bom mineiro”, diz Arthur Kis. 

Engenheiro de minas e chocólatra, Arthur viajou o mundo em busca de chocolates de qualidade e decidiu produzir o que faltava no mercado. “Já tinha tempo que não estava satisfeito com os chocolates que consumia. Houve uma mudança na legislação brasileira, aceitando um teor menor de cacau, e nas últimas décadas a qualidade deteriorou muito.” A ideia é oferecer um chocolate puro, sem recheios, aromatizantes, mais cacau e menos açúcar (orgânico), e ainda levantar a bandeira do produtor local.

A Yör aposta na diversidade de tipos, cores, sabores e origens. Na linha bean to bar, em que o fabricante compra as amêndoas diretamente do fazendeiro, utiliza-se o cacau da fazenda Leolinda, na Bahia, para fazer o chocolate ao leite 44% (a legislação fala em 25%). “Nessa linha, escolhemos a dedo a variedade específica do cacau. Viajamos muito pelo Sul da Bahia, visitamos um por um, e o João Tavares faz um trabalho muito diferenciado. Não é à toa que já foi premiado duas vezes em Paris.” 

Nas outras três linhas, a marca trabalha com blends de cacau. Amêndoas da Amazônia e da Bahia se juntam no chocolate 70%, lançamento da linha Origens. Já a linha Sabores apresenta o chocolate 65% com café da fazenda Recanto, no Sul de Minas, e a linha Regionais traz o chocolate branco com doce de leite. “Fizemos uma releitura do chocolate branco, que tem doce de leite em sua composição. Dizemos que é o chocolate do mineiro. Tem cor mais escura, mas não é artificial, e sabor de caramelo.”

Arthur desenvolve as receitas em um pequeno “laboratório” em casa e envia para fábricas parceiras, que produzem com os padrões de qualidade e os insumos escolhidos pela marca. Depois, recebe as barras de 75g já embaladas. “Entendi que a Yör agregar melhor à cadeia do chocolate inventando produtos, trazendo inovação. Além disso, por ser uma empresa familiar, se optássemos por fabricação própria teríamos limite de capacidade produtiva.”

Longe de desistir dos planos por causa da pandemia, Arthur e os sócios (a mulher e o irmão) acreditam muito nos produtos e defendem que eles podem ser benéficos para os consumidores na qua- rentena. “Chocolate traz muito do que a gente acredita, que é o sentimento de felicidade, tanto que o slogan da marca é ‘seu pedaço de felicidade’. Chocolate é presente, aconchego, sensação de deleite”, co- menta. A ideia é lançar aos poucos as dezenas de produtos desenvolvidos ao longo dos cinco anos.

Abril seria o mês de abertura da Co.fé não fosse a pandemia. A cafeteria, que vai funcionar no coworking de moda Co.crie, planeja o início da sua operação para julho com foco no delivery. Segundo a chef Gabriella Sasso, a estratégia é aproveitar o período de funcionamento com portas fechadas para divulgar o negócio. “Acho legal as pessoas já irem conhecendo a marca e sabendo o que vamos servir.”

A cafeteria vai servir durante a semana café da manhã, brunch e lanche da tarde. No cardápio, opções como quiche de alho-poró, pão de queijo recheado e sanduíches. Destaque também para os cookies e os bolos, entre eles chocolate com caramelo salgado e fubá com goiabada. “A nossa proposta é trazer uma comida que tenha carinho, afeto, que lembre a nossa família. Queremos servir o simples, mas com muita qualidade”, aponta Gabriella. Para beber, sucos descritos como “alquimias” e shakes de café.

Impulsionados  pela pandemia
Como transformar o momento de crise em oportunidade? A Burger’s Coords é um exemplo. Surgiu como uma estratégia de expansão do bufê Papo de Anjo. A ideia da empresa é alcançar um público diferente nos aplicativos de delivery com os hambúrgueres, que, até então, faziam parte do cardápio do bufê. “Os hambúrgueres têm a nossa chancela da qualidade, mas tivemos que desvinculá-los do bufê porque o público é mais específico”, destaca a diretora Tatiana Campolina.

A hamburgueria faz uma viagem pelo mundo através das receitas. Cada hambúrguer ganhou o nome de uma cidade e conta com algum item que remete ao lugar. Beagá tem cebola na rapadura; Paris, molho de mostarda dijon e mel; e Honolulu, maionese de frutas (maçã e abacaxi), tudo artesanal.

Ao contrário do bufê, em que 90% das entregas são próprias, os pedidos da hamburgueria chegam através dos aplicativos, o que mostra que os clientes de fato são diferentes. Impulsionado pela pandemia, o negócio veio para ficar. Tatiana estima que o delivery será a escolha do consumidor por um tempo. “Acredito que a forma de consumo será diferente. Por mais que tudo volte ao normal, não vai ser igual a antes, será o novo normal. A empresa tem que se adequar para sobreviver ao mercado.”

A advogada Lana Macedo sempre gostou de fazer tábua de frios para comer em casa. “Por gostar tanto, fazia todo fim de semana, como se fosse receber a rainha da Inglaterra, com flores, alecrim e decoração”, conta. A pandemia acabou dando um empurrão para transformar o hobby em negócio. Com a Salumi Platters, ela leva para a mesa dos clientes o conceito de grazing food, que vem da Oceania, de comida espalhada, de forma criativa e bonita aos olhos, para comer com as mãos ou colocar no prato.

O cardápio não tem apenas frios. Lana faz uma seleção de queijos, embutidos, pães, antepastos, frutas, geleias, chocolates e macarons para oferecer aos clientes. Além disso, o marido dela, Pedro Macedo, produz em casa a caponata de berinjela, a geleia de pimenta, o patê de frango com abacaxi e o mel trufado. As tábuas, que ficam de presente para o cliente e podem ser reutilizadas, servem até oito pessoas. Há também caixas para presentear. O número de itens depende do tamanho escolhido.

Otimista, Lana considera este um bom momento para começar o negócio. “A quarentena até ajudou. Não teria tantos pedidos se os restaurantes estivessem abertos. As tábuas são uma ótima opção para quem está em casa.” A praticidade de receber tudo pronto para colocar na mesa é uma vantagem.

Publicado em O Estado de Minas