As definições de tábuas de frios foram atualizadas. Para começar, agora elas atendem pelo nome de platters. E ainda reúnem várias tendências de uma só vez: fermentações naturais, charcutarias artesanais, frutas da estação e ainda, a maior de todas, são a melhor maneira para curtir um Dia dos Namorados sem sair de casa. Anote as dicas!
Bossa Panier
A marca do casal Diogo Barroso e Clarice Lustosa conta com um mix de produtos artesanais, que vai de panqueca americana a charcutaria (a partir de R$ 150). @bossapanier. Pedidos: (21) 97342-9168.
Espaço nuvem
A loja on-line de Renata Couto foca em produtos artesanais e tem uma série de combos. Agora, ela lançou os platters de Dia dos Namorados (a partir de R$ 190), que trazem queijos e frutas. @espaco.nuvem. Pedidos: (21) 4108-0727.
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A marca foca em kits regionais. A Cafezim (R$ 210), vem com bolo, geleia, requeijão, pão de fermentação natural e outras coisinhas. Tem ainda as inspiradas na França e na Itália. @compartir_com. Pedidos: (21) 99465-7589.
Dom de Receber
A marca paulistana cria tábuas de vários formatos e recheadas com delícias, sempre com flores e outros mimos (a partir de R$ 169). @domdereceber. Pedidos: (11) 93338-9339.
Fresh platters
Criada em Manaus, a marca atende também no Rio e reúne frios, flores e sobremesas em suas tábuas (de R$ 100 a R$ 600). @freshplatterleblon_rj. Pedidos: (21) 99392-0012.
Platters da Fabi
Criada há um ano por Fabiana Peixoto, a marca produz tábuas com tamanhos para atender de 2 a 6 pessoas a (de R$ 170 aR$ 320) e conta com queijos, charcutarias, frutas frescas e secas, geleias artesanais, focaccias de fermentação natural, chocolates e muito mais. @platters_dafabi. Pedidos: (21) 97159-8006.
Platter Adventures
Criada em Porto Alegre em 2017, a marca chegou ao Rio, São Paulo e outras cidades oferecendo opções de tábuas, sempre com queijos e embutidos, que podem ser para a manhã ou para o encontro da noite. Pedidos: platter.com.br.
Comemorações íntimas, reuniões de amigos, familiares, happy hour em casa, café da manhã, isso sempre é sinônimo de trabalho, pelo menos para quem está à frente do preparo. Agora imagine receber tudo prontinho, disposto lindamente em uma tábua, pronto para consumir, e sem trabalho nenhum.
Estas são as comodidades que a contemporaneidade oferece e com o distanciamento social, um segmento do ramo gastronômico ganha espaço no mercado e vai fidelizando clientes a cada dia. São as platters box. Um jeito pronto de oferecer um experimento gourmet inesquecível.
O que é Platter Box?
O conceito platter foi criado na Austrália e Nova Zelândia e é simples: uma tábua, ou box – de madeira ou papel -, ou até mesmo pratos de ardósia recheados com queijos, charcutaria, bolos, pães, frutas da estação, molhos, geleias e pastas, entre outras delícias, acomodados harmonicamente para você ficar com água na boca só de olhar. Dentro deste conceito, algumas propostas incluem uma diversidade enorme de opções.
Ficou curioso? Então prepare-se, temos algumas dicas para você aproveitar o melhor que as platters têm para oferecer. A primeira delas é: programe-se. A maioria das lojas precisa que os pedidos sejam feitos com bastante antecedência, já que a montagem é um dos principais processos. O ideal é buscar a informação de quanto tempo antes precisa fazer o pedido nas redes sociais das lojas.
Aliás, é lá também que você vai encontrar os catálogos do que elas oferecem. E estamos falando desde platters para duas pessoas, até uma grazing table para atender eventos maiores, como reuniões corporativas e até casamentos.
Os catálogos já vêm com as opções preestabelecidas, mas algumas lojas permitem a personalização, e isso inclui alterações para atender a clientes com intolerância a glúten, lactose e vegetarianos, por exemplo.
Valores dos Platters
Os valores dos platters são tão variados quanto o que vai dentro da caixa. Oscilam de acordo com a qualidade dos produtos e quantidade de pessoas atendidas. E se você for passear pelos catálogos, vai encontrar patters que oscilam de R$ 60,00 até R$ 600,00 ou mais. Mas o que vale é dar aquela olhadinha para ver o que vem dentro da caixa e quantas pessoas você vai receber.
Confira três empresas que estão conquistando o mercado com suas Platters Box irresistíveis:
Platter Aventuras Gourmet: as pioneiras no conceito
A Platter Aventuras Gourmet nasceu em Porto Alegre em 2017, antes mesmo de se pensar em pandemia e trazendo um conceito muito pouco conhecido no Brasil, naquele ano. De gastronomia, na oportunidade, a experiência das sócias Monalisa Spier e Érika Baumgartner era na cozinha. Mas Érika tinha formação como nutricionista e Monalisa, que atuava no mundo da moda, não esqueceu da experiência que teve na Nova Zelândia, trabalhando em um restaurante onde teve o primeiro contato com o conceito platter box.
O negócio não só deu certo como expandiu. Hoje já possui lojas licenciadas em vários estados do Brasil e atende Novo Hamburgo, Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Passo Fundo, Porto Alegre, Uruguaiana, o ABC Paulista, São Paulo, Sorocaba, Campos dos Goytacazes, Ribeirão Preto, Curitiba, Jaraguá do Sul, Rio de Janeiro, Salvador e Uberlândia. O foco é no público de classe A. Segundo Monalisa, a ideia é atender este público mais exigente que, na sua grande maioria, já é conhecedor principalmente de queijos e charcutaria.
O distanciamento social, conforme Monalisa, impulsionou as platters box, mas fez com que as lojas colocassem em standby as grazing tables. A compensação, segundo ela, veio da necessidade latente das pessoas de presentearem as outras como uma forma de carinho. “Os produtos individuais e os mimos aumentaram consideravelmente, então assumimos esta nova postura e, momentaneamente, não fazemos mais as tábuas grandes”.
Os pedidos são feitos apenas pelo Whatsapp, para onde o cliente é direcionado direto do Instagram @platteroficial. Ali ele tem acesso ao catálogo e às possibilidades que se encaixam melhor com a sua necessidade.
E dentro da infinidade de opções, para quem quer experimentar, a dica é a platter mix. Vem com um mix de queijos, charcutaria, mini sanduíches, pães, crackers, pastinha, geleia, azeitonas e espetinho caprese. É a boa opção, que, pela diversificação, serve tranquilamente um happy hour ou até mesmo jantar.
Bah! A platter que se criou na pandemia
Com cardápio democrático e versátil, a Bah Platters nasceu em meio à pandemia, em julho de 2020. O empreendimento foi idealizado pelas primas Daiana Welber e Luana Cunha, ambas com carreira corporativa e formação em área administrativa. A ideia era dar vazão não só à necessidade de um negócio próprio, mas à paixão das duas pela cozinha e pelas boas comidas.
E antes mesmo de completar um ano, elas já comemoravam o sucesso da marca. “Nossa maior felicidade é saber que em pouco tempo já temos um conceito próprio. É muito bom ouvir um cliente pedir ‘uma Bah’, e não platter ou box”, explica Daiana. “Muito mais do que produtos saborosos, frescos, novidades, nós queremos proporcionar uma experiência gastronômica com a mistura de texturas, aromas, cores e sabores”.
O preferido dos clientes da Bah é a CrocBah, que vem com queijo brie envolto em várias camadas de massa extremamente fina, pronto para ser finalizado em casa, no forno. Acompanha mel ou geleia de frutas. Mas o item com mais saída é a BahBox, que traz na caixa um mix de queijos e charcutarias, seleção de conservas, manteiga aromatizada, pão de fermentação natural, torradas, frutas da estação e frutas secas.
Os pedidos podem ser feitos pelo WhatsApp (51 98053.2587) e Instagram @bahplatters.
Les Femmes: agora em Platter Store
Referência em grazing table desde 2018, o Les Femmes hoje já comemora o sucesso da marca, a fidelização de clientes e a expansão do negócio, com a instalação da loja física no conceito platter store. No local o cliente encontra menu próprio com prato do dia, saladas, omeletes, toasts, opções de Platters, e uma carta especial de bebidas, incluindo vinhos e espumantes, além de outros itens para compartilhar.
À frente do negócio, Andressa Costa e Larissa Couto, bióloga e enfermeira respectivamente, duas amigas que resolveram colocar em prática de forma empreendedora o que sabiam fazer muito bem quando recebiam os amigos.
Neste curto caminho já percorrido, o negócio, que começou com grazing tablets já evoluiu para entrega das platters, adaptadas para boxes – depois da pandemia -, e este ano apostaram na loja física.
Para chegar neste patamar o processo envolveu muitas pesquisas, lembranças de experiências de viagem, testes com produtos, busca pelos melhores fornecedores. Foi assim que imprimiram a identidade, formaram uma sólida rede de fornecedores e elevaram o conceito da marca como referência. Hoje a Les Femmes já produz inclusive itens de elaboração e marca própria.
Entre as mais de 20 opções do catálogo, o campeão de pedidos é a Platter Casal, que traz os queijos brie, gorgonzola, gouda e colonial, geleia da estação, parma, copa, lombo e salame, pão, pasta, caponata, nuts, conservas e frutas da estação.
Os pedidos são todos feitos pelo WhatsApp comercial (51 993863168) ou direto no Bistrô, na Rua Heller 290, em Novo Hamburgo.
Modelo é inspirado no grazing food, tendência australiana de servir comidas coloridas e saborosas em tábuas.
Por Patrícia Teixeira, G1 Rio
09/10/2020 06h00 Atualizado há 7 meses
Empreendedoras investem em tábua de frios gourmet na quarentena
Com os bares e restaurantes ainda com restrições por conta na pandemia do novo coronavírus, muitas vezes a opção é comemorar o #sextou ou o happy hour em casa mesmo. Seja sozinho, acompanhado ou recebendo os amigos, agora de forma mais intimistas na quarentena, um petisco sempre cai bem.
E para servir aquela comida gostosa e com um visual bacana, as pessoas têm escolhido cada vez mais as tábuas de frios, charcutaria e belisquetes, que estão aparecendo com frequência nas redes sociais e até virou fonte de renda para alguns moradores do Rio de Janeiro.
Seja encomendado ou montando sua própria tábua, o desafio é usar a criatividade e conseguir misturar os produtos com um visual de deixar qualquer um com água na boca.
Estudante de nutrição Caroline Machado faz suas próprias tábuas de comidinhas para receber os amigos — Foto: Arquivo pessoal/ Caroline Machado
A estudante de nutrição Caroline Machado, que é uma apreciadora das tábuas de comidinhas, contou por que elas ganharam tanto destaque na quarentena.
“Por ter uma de montagem rápida e com ingredientes que encontramos no mercado, as tábuas alinham praticidade e beleza. E também o fato de termos que ficar mais em casa levou as pessoas a buscarem coisas feitas por elas mesmas”, explicou Carol.
Caroline revelou também que ela e o marido que fazem suas próprias tábuas para receber amigos e familiares.
“Eu acho uma super ideia porque é uma forma de de receber bem, pois ao montar uma tábua você coloca muito do seu carinho ali, desde a escolha dos itens à forma como você elabora a tábua. É sempre importante dar o melhor pra quem vem a nossa casa e ao nosso encontro. Fora que saímos da mesmice de pizza, hambúrguer e outros fast foods”, acrescentou.
Tábua de petiscos feita por Caroline Machado — Foto: Arquivo pessoal/ Caroline Machado
A advogada Jordana Freitas também já se aventurou na montagem caseira das tábuas. Ela conta que seus pais, que foram convidados para uma reunião na casa dela, nem acreditaram que ela mesma quem fez a decoração das guloseimas.
“Acharam que eu tivesse encomendado de tão bonito que estava, mas meus pais estavam com fome, foram logo pegando as comidas que nem consegui tirar uma foto decente para mostrar minha habilidade”, disse ela, aos risos.
Tábua feita em casa para receber os amigos — Foto: G1 Rio
Fonte de renda na quarentena
O G1 conversou com algumas pessoas que empreenderam neste ramo durante a quarentena. É o caso da Nathalia Magaldi, Marianne Cardoso, Camila Mendes e Fabiana Peixoto. Todas as quatro abriram seus negócios de “tábuas de comidinhas” na pandemia.
O empreendimento no segmento, segundo elas, vem ganhando força a cada dia.
“Durante a quarentena, as pessoas passaram a fazer pequenos eventos ou pequenas comemorações em casa mesmo. Já não se podia ir para restaurantes e bares. Assim, a solução foi trazer produtos de qualidade e com uma boa apresentação para dentro de sua residência. Tudo para curtir um momento especial sem os riscos da pandemia”, comentou Nathalia, da Brie to Me de Niterói.
Tábua feita e vendida por Nathalia, da Brie to Me de Niterói. — Foto: Reprodução
Nathalia é formada em engenharia de produção, mas não conseguia se reinserir no mercado de trabalho na sua área por conta da crise. Recentemente, uma amiga a apresentou o “grazing food”, tendência australiana de servir comidas em tábuas, que ela nunca tinha ouvido falar. Foi então que a engenheira teve ideia de investir no ramo.
“Estava à procura de uma atividade remunerada. A Brie to Me foi uma ótima oportunidade para conseguir uma fonte de renda depois de toda essa dificuldade”, conta Nathalia, que elegeu como os queridinhos de sua empresa o trio de bries, a tábua caprese e a tábua de café da manhã.
Paixão por montagens com aperitivos
Fabiana sempre gostou de realizar montagens com frios e aperitivos, receber os amigos em casa com uma mesa posta legal e cheia de variedades. Na verdade, essa paixão dela vem desde a infância, quando adorava montar mesa de café da manhã para a mãe.
Fabi exibe sua platter cheia de petiscos; ela montou empresa Platters da Fabi na quarentena, que virou sua fonte de renda — Foto: Arquivo pessoal/Fabi
Durante a quarentena, a empresa em que Fabiana trabalha acabou reduzindo o horário de trabalho e ela ficou com mais tempo disponível para investir em um negócio próprio.
“Meus amigos e namorado começaram a me incentivar. Eles diziam: “Fabi, tem tanta gente criando coisas novas, por que você não tenta? Eu super compraria uma platter sua, são lindas’… Aí fui me empolgando. Em três dias eu já tinha mandado confeccionar etiquetas com uma logo e estava montando cardápio. Fui ganhando muitos seguidores, vários pedidos por dia, e a empresa cresceu em pouco tempo, mais do que eu podia imaginar”, revelou Fabiana.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Criatividade herdada da mãe
Já as Platters da Mari surgiram como uma ideia para Marianne “se desligar” do momento da quarentena e aflorar sua parte criativa que herdou da mãe, Filomena. Foi então que ela descobriu também seu lado empreendedor.
“Sou formada em Ciências Biológicas, mas devido a dificuldade de achar uma oportunidade na minha área, através da Platters da Mari descobri minha veia empreendedora e nela uma fonte de renda”, contou Mari, que acrescentou ainda que as vendas das platters crescem a cada dia.
“Tem feito sucesso porque, primeiramente, é uma experiência pouco explorada e há muitos detalhes que compõem as platters e boxes. Eu consigo transmitir amor para as pessoas através delas. E a receita do sucesso que eu estou tendo é o amor que eu coloco nos produtos.”
Afeto para casa dos clientes
A servidora pública Camila Mendes recorreu à venda das tábuas como uma forma de renda extra na quarentena.
“Com a pandemia, meu noivo que trabalha no ramo de eventos está sem retornar as atividades até hoje. Por necessidade de renda extra, pensamos em vender produtos para atender a necessidade da nossa cidade, Niterói, então criamos as tábuas. Pensamos em levar qualidade, beleza e muito afeto para casa dos clientes”, contou Camila, da Eita Comi Tudo.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Camila Mendes recorreu à venda das tábuas como uma forma de renda extra na quarentena — Foto: Arquivo pessoal/ Camila Mendes
Plus no cardápio
Já Marianne dos Anjos, que é bombeira civil, oferece as tábuas de comidinhas como forma de implementar suas opções de vendas. Ela também aproveitou a quarentena para ter um negócio “pra chamar de seu”.
“Sempre quis construir algo meu, buscar independência em que fosse como entrega de amor. O Box dos Anjos veio no momento caótico pois não sou da área de saúde, porém do grupo de risco. Precisava me reinventar e foi durante a pandemia que criei a coragem de arquitetar e realizar um dos meus sonhos. Foi então que comecei a desenvolver as tábuas de frios que estão fazendo sucesso durante o isolamento social”, disse Marianne, da Box dos Anjos.
Já que não tem como prever o fim do isolamento, esperar pode não ser a melhor estratégia. Empresas que se preparavam para chegar ao mercado este ano driblam a pandemia com otimismo e confiança e fazem ajustes – incluindo estruturar a operação de delivery – para seguir com os planos. Por outro lado, negócios surgem em Belo Horizonte justamente pelas necessidades impostas pelo coronavírus. Em todos os casos, a lição é de que não dá para ficar parado.
Resultado de cinco anos de pesquisa, a Yör Chocolates se preparava para lançar a marca e abrir a loja-conceito no Bairro Belvedere em março. Com a pandemia, os planos foram adiados e alterados. A nova marca chegou esta semana ao mercado e vai atender por delivery. “Quando março chegou, demos uma congelada nos planos, mas até hoje estamos sem horizonte, caminhando para meses de isolamento. Decidimos ir em frente e iniciar a operação com a paciência de um bom mineiro”, diz Arthur Kis.
Engenheiro de minas e chocólatra, Arthur viajou o mundo em busca de chocolates de qualidade e decidiu produzir o que faltava no mercado. “Já tinha tempo que não estava satisfeito com os chocolates que consumia. Houve uma mudança na legislação brasileira, aceitando um teor menor de cacau, e nas últimas décadas a qualidade deteriorou muito.” A ideia é oferecer um chocolate puro, sem recheios, aromatizantes, mais cacau e menos açúcar (orgânico), e ainda levantar a bandeira do produtor local.
A Yör aposta na diversidade de tipos, cores, sabores e origens. Na linha bean to bar, em que o fabricante compra as amêndoas diretamente do fazendeiro, utiliza-se o cacau da fazenda Leolinda, na Bahia, para fazer o chocolate ao leite 44% (a legislação fala em 25%). “Nessa linha, escolhemos a dedo a variedade específica do cacau. Viajamos muito pelo Sul da Bahia, visitamos um por um, e o João Tavares faz um trabalho muito diferenciado. Não é à toa que já foi premiado duas vezes em Paris.”
Nas outras três linhas, a marca trabalha com blends de cacau. Amêndoas da Amazônia e da Bahia se juntam no chocolate 70%, lançamento da linha Origens. Já a linha Sabores apresenta o chocolate 65% com café da fazenda Recanto, no Sul de Minas, e a linha Regionais traz o chocolate branco com doce de leite. “Fizemos uma releitura do chocolate branco, que tem doce de leite em sua composição. Dizemos que é o chocolate do mineiro. Tem cor mais escura, mas não é artificial, e sabor de caramelo.”
Arthur desenvolve as receitas em um pequeno “laboratório” em casa e envia para fábricas parceiras, que produzem com os padrões de qualidade e os insumos escolhidos pela marca. Depois, recebe as barras de 75g já embaladas. “Entendi que a Yör agregar melhor à cadeia do chocolate inventando produtos, trazendo inovação. Além disso, por ser uma empresa familiar, se optássemos por fabricação própria teríamos limite de capacidade produtiva.”
Longe de desistir dos planos por causa da pandemia, Arthur e os sócios (a mulher e o irmão) acreditam muito nos produtos e defendem que eles podem ser benéficos para os consumidores na qua- rentena. “Chocolate traz muito do que a gente acredita, que é o sentimento de felicidade, tanto que o slogan da marca é ‘seu pedaço de felicidade’. Chocolate é presente, aconchego, sensação de deleite”, co- menta. A ideia é lançar aos poucos as dezenas de produtos desenvolvidos ao longo dos cinco anos.
Abril seria o mês de abertura da Co.fé não fosse a pandemia. A cafeteria, que vai funcionar no coworking de moda Co.crie, planeja o início da sua operação para julho com foco no delivery. Segundo a chef Gabriella Sasso, a estratégia é aproveitar o período de funcionamento com portas fechadas para divulgar o negócio. “Acho legal as pessoas já irem conhecendo a marca e sabendo o que vamos servir.”
A cafeteria vai servir durante a semana café da manhã, brunch e lanche da tarde. No cardápio, opções como quiche de alho-poró, pão de queijo recheado e sanduíches. Destaque também para os cookies e os bolos, entre eles chocolate com caramelo salgado e fubá com goiabada. “A nossa proposta é trazer uma comida que tenha carinho, afeto, que lembre a nossa família. Queremos servir o simples, mas com muita qualidade”, aponta Gabriella. Para beber, sucos descritos como “alquimias” e shakes de café.
Impulsionados pela pandemia Como transformar o momento de crise em oportunidade? A Burger’s Coords é um exemplo. Surgiu como uma estratégia de expansão do bufê Papo de Anjo. A ideia da empresa é alcançar um público diferente nos aplicativos de delivery com os hambúrgueres, que, até então, faziam parte do cardápio do bufê. “Os hambúrgueres têm a nossa chancela da qualidade, mas tivemos que desvinculá-los do bufê porque o público é mais específico”, destaca a diretora Tatiana Campolina.
A hamburgueria faz uma viagem pelo mundo através das receitas. Cada hambúrguer ganhou o nome de uma cidade e conta com algum item que remete ao lugar. Beagá tem cebola na rapadura; Paris, molho de mostarda dijon e mel; e Honolulu, maionese de frutas (maçã e abacaxi), tudo artesanal.
Ao contrário do bufê, em que 90% das entregas são próprias, os pedidos da hamburgueria chegam através dos aplicativos, o que mostra que os clientes de fato são diferentes. Impulsionado pela pandemia, o negócio veio para ficar. Tatiana estima que o delivery será a escolha do consumidor por um tempo. “Acredito que a forma de consumo será diferente. Por mais que tudo volte ao normal, não vai ser igual a antes, será o novo normal. A empresa tem que se adequar para sobreviver ao mercado.”
A advogada Lana Macedo sempre gostou de fazer tábua de frios para comer em casa. “Por gostar tanto, fazia todo fim de semana, como se fosse receber a rainha da Inglaterra, com flores, alecrim e decoração”, conta. A pandemia acabou dando um empurrão para transformar o hobby em negócio. Com a Salumi Platters, ela leva para a mesa dos clientes o conceito de grazing food, que vem da Oceania, de comida espalhada, de forma criativa e bonita aos olhos, para comer com as mãos ou colocar no prato.
O cardápio não tem apenas frios. Lana faz uma seleção de queijos, embutidos, pães, antepastos, frutas, geleias, chocolates e macarons para oferecer aos clientes. Além disso, o marido dela, Pedro Macedo, produz em casa a caponata de berinjela, a geleia de pimenta, o patê de frango com abacaxi e o mel trufado. As tábuas, que ficam de presente para o cliente e podem ser reutilizadas, servem até oito pessoas. Há também caixas para presentear. O número de itens depende do tamanho escolhido.
Otimista, Lana considera este um bom momento para começar o negócio. “A quarentena até ajudou. Não teria tantos pedidos se os restaurantes estivessem abertos. As tábuas são uma ótima opção para quem está em casa.” A praticidade de receber tudo pronto para colocar na mesa é uma vantagem.